sábado, 28 de janeiro de 2012

REFORMA ÍNTIMA

             Reforma IntimaReforma IntimaReforma Intima

1)O que é a Reforma Íntima?

A Reforma Íntima é um processo contínuo de autoconhecimento,de conhecimento de nossa intimidade espiritual,modelando-nos progressivamente na vivência evangélica,em todos os sentidos da nossa existência.É a transformação do homem velho,carregado de tendências e erros seculares,no homem novo,atuante na implantação dos ensinamentos do Divino Mestre,dentro e fora de si.

2)porque a Reforma Íntima?

Porque é o meio de nos libertarmos das imperfeições e de fazermos objetivamente o trabalho de burilamento dentro de nós,conduzindo-nos compativelmente com as aspirações que nos levam ao aprimoramento do nosso espirito.

3)Para que a Reforma Íntima?

Para transformar o homem e a partir dele,toda a humanidade,ainda tão distante das vivências evangélicas.Urge enfileirarmo-nos ao lado dos batalhadores das últimas horas,pelos nossos testemunhos,respondendo aos apelos do Plano Espiritual e intregando-nos na preparação cíclica do Terceiro milênio.

4)Onde fazer a Reforma Íntima?

Primeiramente dentro de nós mesmos,cujas transformações se refletirãodepois em todos os campos de nossa existência,no nosso relacionamento com familiares,colegas de trabalho,amigos e inimigos e,ainda,nos meios em que colaborarmos desinteressadamente com serviços ao próximo.

5)Quando fazer a Reforma Íntima?

O momento é agora e já;não há mais o que esperar.O tempo passa e todos os minutos são preciosos para a conquistas que precisamos fazer no nosso íntimo.

6)Como fazer a Reforma Íntima?

Ao decidirmos iniciar o trabalho de melhorar a nós mesmos,um dos meios mais efetivos é o ingresso numa escola de Aprendizes do Evangelho,cujo o objetivo central é exatamente esse.Com a orientação dos dirigentes,num regime disciplinar,apoiados pelo própio grupo e pela cobertura do Plano Espiritual,consequimos vencer as naturais dificuldades de tão nobre empreendimento,e transpormos as nossas barreiras.Daí em diante o trabalho continua de modo progressivo,porém com mais entusiasmo e maior disposição.Mas,também,até sozinhos podemos fazer nossa Reforma Íntima,desde que nos empenhemos com afinco e denodo,vivendo coerentemente com os ensinamentos de Jesus.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O QUE É O AMOR?

Numa sala de aula, onde havia várias crianças, uma delas perguntou à professora:
Professora, o que é o amor?
A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera.
E como já estava na hora do recreio, pediu que cada aluno desse uma volta pelos jardins da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.
As crianças saíram apressadas e depois de alguns minutos voltaram à sala.
A professora esperou que todos se sentassem e, quando o silêncio se fez na pequena sala, cobrou a tarefa que lhes havia dado: Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.
A primeira criança disse: Eu trouxe esta flor, não é linda?
A segunda falou: Eu trouxe esta borboleta. Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha coleção.
A terceira criança completou: Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha?
E assim as crianças foram mostrando tudo o que tinham captado lá fora, que pudesse representar o amor.
Terminada a exposição, a professora notou que uma das crianças tinha ficado quieta o tempo todo. Ela estava muito envergonhada, pois nada havia trazido.
Então a professora se aproximou dela e lhe perguntou:
Meu bem, por que você não trouxe nada?
E a criança timidamente respondeu:
O QUE É O AMOR


Desculpe, professora. Eu vi a flor e senti o seu perfume. Pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo.
Vi também a borboleta, leve e colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la.
Achei um passarinho caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho.
Portanto, professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mamãe passarinho ao ver seu filhote de volta, são e salvo.
Como posso mostrar o que trouxe?
A professora agradeceu a todos e, olhando a criança de mãos vazias, disse-lhe:
Você foi a única criança que percebeu que só podemos trazer o amor no coração.
* * *
Se você já consegue perceber as belezas que Deus criou para enfeitar o planeta que nos serve de morada, não queira reter essas maravilhas para si somente, pois isso não é amor, é egoísmo.
Se você admira as flores, deixe-as no lugar em que estão, para que os outros possam sentir também o seu perfume e admirar sua beleza.
Se você se extasia contemplando a leveza dos pássaros a deslizar no ar, não os prenda em gaiolas, para que outras pessoas possam admirá-los também.
Se você aprecia ver os rios de águas cristalinas a correr por entre as pedras, não lhes polua o leito, para que outros olhos possam contemplá-los, igualmente.
Se você gosta de banhar-se nas águas limpas do oceano, não lhes turve a limpidez, para que todos possam usufruir dessa maravilha.
Se você se sente bem respirando ar puro, preserve-o para que todos possam desfrutar desse benefício.
E, por fim, lembre-se: o verdadeiro sentimento de amor só pode ser conduzido no próprio coração.

"A maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação." Chico Xavier - Emmanuel

domingo, 15 de janeiro de 2012

"O ABORTAMENTO VOLUNTÁRIO É UM CRIME", nos ensina o Espiritismo

“O abortamento voluntário é um crime”, ensina o Espiritismo


Lançada em meados do ano passado pela Associação Médico-Espírita do Paraná, em parceria com a Federação Espírita do Paraná, a campanha contra a legalização do aborto no Brasil – denominada “VIDA, SIM À GRAVIDEZ” – havia atingido, até o final de 1999, vinte diferentes localidades do Paraná, a começar pela Capital.
No Norte do Estado, a campanha, que já foi levada a vários municípios, iniciou-se – fora do meio espírita – na cidade de Sertanópolis, onde aproximadamente 350 pessoas assistiram no dia 13 de setembro, na Casa da Amizade do Rotary local, à palestra promovida pela 5a União Regional Espírita, seguida do filme “O Grito Silencioso”.
Foi aquela uma noite memorável, não só pela quantidade de espectadores, como também pelas autoridades reunidas e, mais do que tudo, pelo impacto que o tema causou junto à juventude presente, estudantes dos Colégios Teotônio Vilela, Monteiro Lobato, Machado de Assis, Construindo o Saber e Centro de Ensino Supletivo (fotos).
Ninguém tem dúvida de que, onde essa palestra é realizada, a aurora de uma nova ideologia sobre a gravidez faz-se sentir, aumentando a cada dia o amor pelo novo ser que se prepara, no ventre de uma mulher, para uma nova experiência na Terra. É que, ao lado dos fatos ali mostrados, passa-se também o vigor da mensagem espírita.
A campanha organizada pela AME-Paraná produziu vários frutos, e o primeiro deles foi a edição de um opúsculo de 68 páginas em que se examina a questão do aborto sob vários aspectos – médicos, jurídicos, sociais, psicológicos e doutrinários – com o propósito claro de mostrar a quem o lê que esse é um problema muito mais sério do que se imagina.
Tratando do tema com os Espíritos, Allan Kardec obteve deles o ensinamento que se segue:
“Existe sempre crime quando transgredis a lei de Deus. A mãe, ou qualquer pessoa, cometerá sempre crime tirando a vida à criança antes de nascer, porque está impedindo, à alma, de suportar as provas das quais o corpo deveria ser o instrumento.” (O Livro dos Espíritos, item 358.)
Na questão seguinte, os Instrutores desencarnados ressalvam o abortamento necessário ou terapêutico, quando é preciso sacrificar a criança para salvar a gestante:
“É preferível sacrificar o ser que não existe ao ser que existe.”
Nas matérias que o leitor verá nas páginas centrais desta edição examinamos outros aspectos relacionados com o assunto, esperando que isso possa colaborar de algum modo para que não prospere o projeto de lei que pretende ampliar os casos de abortamento legal em nosso país.

No Brasil dois tipos de abortamento são permitidos


A Organização Mundial de Saúde define abortamento como sendo a eliminação de um concepto inviável, com peso menor que 500 gramas e/ou idade gestacional abaixo de 20 a 22 semanas.
Divide-se o abortamento em dois grupos: espontâneos e provocados. No Brasil o abortamento provocado somente é permitido em dois casos:
1)      Se não há outro meio de salvar a vida da gestante, posta em perigo.
2)      Se a gravidez resultar de estupro.
O primeiro caso, também chamado de abortamento necessário ou terapêutico, é aquele que se realiza quando a vida da mulher esteja em risco efetivo, seja por problemas de saúde preexistentes ou por complicações havidas durante a gestação, como traumatismos, hemorragias etc.
O abortamento em tal situação, além de admitido na lei brasileira, recebe a proteção do Código de Ética Médica, cujo artigo 54 estabelece que o médico estará autorizado a realizar o abortamento, quando não houver outro meio para salvar a vida da gestante.
O mesmo entendimento, favorável à prática do abortamento, se não existirem outros meios de socorrer a mulher, está consagrado no item 359 d’ O Livro dos Espíritos, conforme expusemos na matéria ao lado, que abre esta série de artigos. 
Chama-se aborto sentimental ou moral ao segundo caso, em que a gravidez resultou de um constrangimento da mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça. É necessário, porém, segundo a lei, consentimento da gestante ou, se incapaz, do seu representante legal.
Embora o Código Penal Brasileiro e o Código de Ética Médica o consagrem, a Igreja Católica e a Doutrina Espírita não admitem essa forma de abortamento, sob o argumento de que um ato de violência, no caso o estupro, não pode ser pago com outro ato igualmente violento.
Ora, sacrificar a criança, que nenhuma culpa tem da agressão sofrida pela gestante, não resolve o problema do estupro, e mesmo o agrava, porque pode resultar a partir daí um quadro de consciência culpada, que piorará sem dúvida a situação da mulher.
Propõe-se então, como saída mais viável, o apoio psicológico à gestante, para que dê curso à gravidez e, mais tarde, não querendo ficar com a criança, a encaminhe para adoção por parte de um casal sério que queira adotá-la. E não são poucos os que esperam por isto.
No Brasil a lei não admite outras formas de aborto, embora existam juízes que têm permitido a prática do chamado aborto eugênico, que é o que se realiza para evitar que nasça uma criança portadora de anomalias físicas ou psíquicas graves, como a anencefalia.
Os que defendem essa forma de abortamento alegam que ele não consta da legislação brasileira porque cinco décadas atrás não havia a Medicina fetal nem os equipamentos, como a ultra-sonografia, que permitem diagnosticar malformações no feto já no início da gravidez.
O Espiritismo não admite o sacrifício da criança nessas condições, porque existe uma razão superior para o nascimento de seres como os excepcionais, os cretinos ou os idiotas, que os Instrutores espirituais explicam da seguinte forma na questão 372 d’ O Livro dos Espíritos:
 “Os que habitam corpos de idiotas são Espíritos sujeitos a uma punição. Sofrem por efeito do constrangimento que experimentam e da impossibilidade em que estão de se manifestarem mediante órgãos não desenvolvidos ou desmantelados.” (Thiago Bernardes)

Conseqüências do abortamento delituoso


No opúsculo sobre o aborto, editado pela AME-Paraná, a psicóloga clínica e diretora do departamento de Psicologia da citada instituição, Marlene Venâncio Sperandio, examina os aspectos psicológicos do aborto e suas conseqüências fisiopsicológicas.
Eis as principais conseqüências da prática do abortamento para a mulher, segundo o estudo feito pela dra. Marlene Venâncio Sperandio:
·         Sentimento de culpa.
·         Sentimento de solidão.
·         Sensação de vazio.
·         Sentimento de perda.
·         Prejuízos orgânicos.
·         Suicídios.
De acordo com pesquisas conhecidas, a taxa de suicídio após a prática do abortamento é três vezes maior do que o índice normal. O conhecimento do Espiritismo nos permite compreender melhor por que isso se dá.
O fato é fácil de entender. Depois da morte do seu corpo material, o Espírito tem novas oportunidades de prosseguir no seu processo evolutivo. Mas pode ocorrer – caso seja um ser moralmente atrasado – que ele resolva voltar-se contra a mulher e todos os que decidiram a interrupção da gravidez e o sacrifício do feto.
É por isso que Emmanuel (Espírito), valendo-se da mediunidade de Chico Xavier, adverte:
“Admitimos seja suficiente breve meditação em torno do aborto delituoso, para reconhecermos nele um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões.” 
Segundo o conhecido mentor espiritual de Chico Xavier, os seres acumpliciados nas ocorrências do abortamento criminoso desajustam as energias psicossomáticas com intenso desequilíbrio, sobretudo do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que surgirão a tempo certo. Isso ocorre não apenas porque o remorso se lhes entranha no ser, mas porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero, de revolta e vingança dos Espíritos que a lei lhes reservava como filhos. (Thiago Bernardes)

O Manifesto dos espíritas sobre o aborto


No Manifesto encaminhado às autoridades brasileiras, especialmente aos congressistas, a quem caberá votar o projeto de lei que amplia os casos de abortamento permitido no país, o Conselho Federativo Nacional expôs de forma clara a posição da Doutrina Espírita diante dessa questão.
O Manifesto esmiúça a problemática do aborto, de forma didática, desenvolvendo sua tese em oito tópicos  curtos com os seguintes títulos:
·         Quando começam os direitos da pessoa?
·         Em que momento a alma se une ao corpo?
·         A lei e o aborto.
·         A vida da mãe em risco.
·         O estupro.
·         O aborto eugênico.
·         O direito da escolha da mulher.
·         Conclusão.
Em sua parte derradeira, após tornar claro que o projeto pró-aborto contraria a vontade da maioria do povo brasileiro e a própria Constituição de 1988, o Manifesto conclui:
“O direito à vida não pode ser relativizado, sob pena de caminharmos para a barbárie e para a quebra de todos os princípios que têm orientado a nossa cultura cristã. Em que pesem as pretensões daqueles que querem conduzir a opinião pública, desviando-a de suas verdadeiras aspirações, o povo brasileiro continua, em sua maioria, cristão (seja esse Cristianismo manifestado na forma católica, protestante, espírita ou outra), adepto da existência de um princípio espiritual no homem e, portanto, defensor da vida humana, como direito inalienável. O nascituro não é uma máquina de carne que pode ser desligada de acordo com interesses circunstanciais, mas um ser humano com direito à proteção, no lugar mais sagrado e inviolável que a natureza criou: o ventre materno.”  (T.B.)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

REENCARNAÇÃO - ENTREVISTA SERGIO FELIPE

Folha Espírita – Existem preparativos para a reencarnação?
Sérgio Felipe de Oliveira – Os preparativos espirituais para a reencarnação são tratados de forma muito clara nos livros ditados pelo espírito André Luiz através da psicografia de Chico Xavier. A reencarnação, ou seja, o retorno do espírito a um novo corpo, é um fenômeno que não ocorre ao acaso, ao contrário, é cuidadosamente planejado. Podemos dizer que existem “obstetras” no mundo espiritual que preparam o processo reencarnatório. O espírito Emmanuel, também pela psicografia de Chico Xavier na obra Pensamento e Vida, um livro pequeno, mas de grande conteúdo, refere-se a esses preparativos como uma cartilha que se recebe antes de se escorregar para o berço.

FE – Como o espírito sabe se está pronto para reencarnar? Há condições preestabelecidas para isso?
Sérgio Felipe – Consoante nos assevera a Doutrina Espírita, nem todos os espíritos têm plena consciência do processo reencarnatório, motivo pelo qual existem as chamadas reencarnações compulsórias, casos que se assemelham a uma internação psiquiátrica, quando o paciente violento e fora de si necessita ser tratado sob os cuidados de um hospital. São os casos de internação psiquiátrica nas condições de psicose, quando, quase sempre, ocorrem compulsoriamente. Nesta linha de raciocínio, diria que há espíritos que se encontram em determinado nível de sofrimento e comprometimento que somente numa encarnação compulsória poderiam alcançar algum nível de consciência de si e da sua situação. Entendemos que, fora esses casos pontuais, as encarnações são planejadas, e nascemos com alguma missão a ser realizada. Deus é econômico e não colocaria alguém no mundo se não tivesse alguma tarefa a cumprir, consigo próprio, com a família e com a sociedade.

FE – O perispírito, ou corpo espiritual, passa por alguma modificação em seu estado antes de reencarnar?
Sérgio Felipe – Não resta dúvida de que passa, porque a lógica nos diz que o perispírito precisa adaptar-se à crosta terrestre, tendo em vista que há uma relação entre ele e a força gravitacional. Por exemplo, o espírito reencarnante precisa de uma etapa intermediária no que diz respeito à força gravitacional. Não é por acaso que o bebê fica mergulhado no líquido amniótico, que possibilita essa adequação entre a força gravitacional do mundo espiritual e a do mundo físico. Isso também ocorre com o cérebro dentro do líquido céfalo-raquidiano. A explicação para esse mecanismo providencial é que o líquido possibilita diminuir o empuxo gravitacional. Tanto isso é verdade que o desenvolvimento psíquico, que tem seus registros no perispírito, depende igualmente da força gravitacional. Por exemplo, o bebê precisa ser colocado no colo, ser ninado, aprende a engatinhar, pular e escorregar numa autêntica brincadeira com a força da gravidade. Allan Kardec fala sobre isso quando faz referência à necessidade de mudança no perispírito, quando o espírito precisa mudar de um mundo para outro. Há que se adaptar às peculiaridades de cada mundo.

FE – Podemos dizer que os elementos que constituem o perispírito resultam de uma atração, em que cada espírito atrai partículas inerentes ao seu estado evolutivo?

Sérgio Felipe – Acho que é como se fosse uma sintonia, quando você liga o rádio em determinada estação e com ela se conecta para ouvir uma música, um noticiário ou outra coisa que queira. Acredito que o perispírito possa ser construído por algum tipo de espectro do eletromagnetismo, que deve funcionar similarmente ao mecanismo de sintonia, atraindo as partículas do meio onde é formado, segundo o grau evolutivo de cada indivíduo.

FE – No livro Missionários da Luz, o espírito André Luiz descreve que no processo reencarnatório, para a formação do novo corpo, o perispírito se constitui no molde que atrai os elementos materiais fornecidos pela mãe à semelhança de um ímã. Qual a explicação para as anomalias físicas durante a formação do novo corpo?
Sérgio Felipe – Quando nós temos um envolvimento muito grave com o passado e a nossa consciência não se desliga desse passado no momento da reencarnação, a mente, voltada para o passado, não permite a sustentação da força suficiente para a formação perfeita do embrião. Então, os genes ficam sem o suporte que o espírito deve dar. Com isso, o indivíduo vem com seqüelas, seja pela má-formação embrionária ou genética, seja pela interferência do espírito reencarnante – e ele freqüentemente interfere – na genética herdada. Assim, as fortes ligações mentais arrastadas do passado, como remorsos, culpas, ódios, mágoas, dentre outras, impossibilitam ao espírito concentrar-se naquele momento e projetar suas energias para o devir, ou seja, o vir a ser, e, então, não sustenta o desenvolvimento genético com a perfeição que deveria sustentar. No entanto, e ao mesmo tempo, essa ligação com o passado pode ser necessária para sua recuperação.

FE – É possível os encarnados detectarem o momento exato da reencarnação? Quais são os sinais biomoleculares que sinalizam esse momento?
Sérgio Felipe – Sim, perfeitamente. Uma nova vida se inicia no exato momento em que o espermatozóide beija a membrana do oócito que a mulher produz a cada 28 dias. É nesse momento que o espírito assume o comando do novo corpo em formação, tendo o seu perispírito como molde organizador.

FE – Existe algum equipamento, hoje, que pode detectar esses sinais biomoleculares?
Sérgio Felipe – Sim, e podemos destacar o microscópio eletrônico e o microscópio de luz.

FE – Há pesquisas sobre esse assunto?
Sérgio Felipe – Esse exato instante já foi fotografado pela Ciência. (Foto ao lado)

FE – Quanto à Física, os seus avanços vêm ajudando a entender mais as questões do espírito?
Sérgio Felipe – Necessariamente, porque o espírito pensa e sente no mundo e só pensa e sente pela interação com o mundo. E o mundo que nos envolve é material, e a nossa comunicação de um para com o outro se dá através do som, que é matéria, pelo eletromagnetismo, a visão. Então, a compreensão da Física nos permite entender o meio no qual estamos submersos. É também uma forma de nos localizarmos do ponto de vista existencial e na transcendência. Emmanuel, na introdução do livro Nos Domínios da Mediunidade, de autoria do espírito André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier, deixa evidente que os cientistas materialistas também são pesquisadores de Deus, porque, ao estudarem a estrutura íntima da matéria, descobrirão que a matéria, como a concebem, não existe e perderão o objeto de sua própria convicção.

FE – Com base no que expôs, como está enxergando o projeto de lei que tramita no Congresso Nacional buscando descriminalizar o aborto?
Sérgio Felipe – Acho que essa questão da descriminalização do aborto envolve uma percepção muito sutil da representação da vida. Só mesmo uma pessoa envolvida com a causa do bem entende o valor da vida em todas as suas condições. Quando a pessoa tem a sensibilidade de perceber que não pode pisar uma plantinha e estragar o jardim, ela toma cuidado. Assim, temos de entender que o nascituro, ou concepto, também é uma flor no jardim que nós não vamos pisar, porque ela é vida. Então, para dar esse valor essencial, a pessoa precisa estar muito envolvida com a bondade e o amor. Não é só uma questão de lógica, é uma percepção de sentimento. E a humanidade está vivendo uma situação hedonista, muito superficial. É difícil para a maioria das pessoas ter essa percepção, sobretudo nos países onde o aborto é permitido. Nos Estados Unidos, por exemplo, 30% das gestações são abortadas. Mas muitas pessoas, mesmo aquelas que abortaram, já admitem que cometeram algum atentado à vida.

FE – Não seria o caso de perguntar aos defensores do aborto se eles não estão contentes com suas vidas e a de seus entes queridos?
Sérgio Felipe – Temos muita gente trabalhando o assunto junto aos parlamentares. O que eu entendo é que o Brasil precisa de gente. Na Itália já não nascem pessoas suficientes. O Japão já tem a mesma população do Brasil. Veja a sua dimensão territorial. Então, no Brasil, cabe muita gente ainda. E qual seria a força de expressão de nosso país se não fossem as pessoas? Quem é que não sabe disso no mundo? Quando se fala em brasileiro, os estrangeiros já sorriem. Então por que não vamos deixar nascer mais brasileiros, se esta é a nossa riqueza?


artigo extraído da revista Folha Espírita Novembro de 2007 - Edição número 399