A sociedade e as drogas
Em todos os tempos a humanidade se deparou com o problema das drogas. No entanto, na atualidade nunca se viu tantas situações, acontecimentos e dramas na sociedade, portanto, oriundos do meio familiar.
Quais
são as causas e razões destas ocorrências?
Primeiro relatemos um pouco de história sobre as
drogas.
Há mais de quatro mil anos atrás os Sumerianos (atual Irã) já utilizavam
a Papoula de Ópio, denominada a “planta da alegria”, que utilizavam com a
finalidade de um “contato com os deuses.
Num tempo mais anterior ainda, o povo
Cita (habitantes do rio Danúbio/rio Volga – Europa Oriental) queimava a maconha
(cânhamo) em pedras aquecidas e inalava os vapores dentro de suas barracas ou
tendas.
O Ópio (Morfina/Anestésico) incentivado na Guerra Civil Americana (1776)
era utilizado para fornecer alívio à dolorosa vida dos soldados. Durante a
segunda guerra, receitas de anfetaminas - estimulantes – Fenpreporex - eram
utilizadas para combater a fadiga.
Na atualidade, é largamente utilizado –
apesar de ser proibido o seu uso e comercialização no Brasil, por pessoas que
pretendem emagrecer, especialmente mulheres.
Em 1890, iniciou-se a livre
comercialização de vinho, elaborado com extratos de coca e xaropes.
Em 1914, nos
Estados Unidos deu-se a proibição da livre negociação das bebidas alcoólicas, -
que durou por 13 anos e, com isso, iniciou-se o mercado negro ilícito.
Como tudo
que é proibido se torna um atrativo, a indústria americana de bebidas, à época,
faturou cerca de 200 bilhões de dólares”.
Em nosso tempo presente, existe um largo consumo de
Fluoxetina (ansiolítico/antidepressivo), droga denominada de “a pílula da
felicidade”. Pode-se perguntar: Felicidade de quem? Do usuário ou do laboratório
que a produz?
Muitas pessoas se questionam.
Mas, afinal, o que
leva pessoas a se envolverem com as drogas?
Se elas causam tantos males, por que
envolver-se com elas? Se já se conhecem os seus malefícios por que envolver-se
com elas?
Dentre algumas razões, nós podemos citar quatro
delas.
De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde –:
1) Pessoas que não
têm informações adequadas sobre as drogas, ou seja, aquelas que não conhecem as
consequências de seu uso. E, convenhamos, a desinformação ainda é muito grande,
quando não fantasiosa, como, por exemplo, aqueles que ainda creem que maconha
faz menos mal do que cigarro;
2) Pessoas que se encontram insatisfeitas com sua
qualidade de vida. Neste caso, consideramos tanto as pessoas que vivem em
carência geral como aqueles que vivem com excessos de toda ordem.
Caso fosse
apenas um problema de carência social, os chamados ricos não se envolveriam com
as drogas. Portanto, a droga tornou-se um problema geral da humanidade,
independente da condição socioeconômica ou cultural;
3) Pessoas pouco integradas
na família e na sociedade. Neste item a situação é específica, ou seja,
desestruturas familiares, insatisfações de toda ordem podem levar pessoas ao
contato, ao uso e ao abuso das drogas, como mecanismo de fuga de uma triste
realidade; e, finalmente:
4) O fácil acesso às drogas é outro fator importante
para seu uso. Aqui nos perguntamos.
Por que não aplicamos em nossas vidas o
sábio ensinamento de Jesus quando enuncia “conheça a verdade e ela vos
libertará?” Todos sabemos o quanto é fácil e barata determinada droga, até mesmo
sabemos dos pontos em que são vendidas em nossas cidades. Apenas fazemos de
conta que não sabemos, inclusive as autoridades, numa covarde omissão de
responsabilidade social.
Mas a grande e real verdade para que pessoas se
envolvam com drogas é o fato de algumas delas – principalmente as drogas
psicoativas, ou seja, as que ativam o psiquismo das pessoas, causarem prazer.
(Todas as substâncias químicas alteram o funcionamento do organismo.)
Esta é a
grande verdade, o prazer proporcionado por estas drogas. Em nossa atual
sociedade a busca pelo prazer tornou-se frenética, quando não o único fim para
muitas pessoas.
Uma pergunta se faz necessária. Onde as crianças e
os jovens começam a aprender o que é ou a usar drogas?
Fora de casa?
Com amigos
da escola?
Não.
Infelizmente isso começa a acontecer dentro do lar, quando
observam os adultos em busca de tranquilizantes ao menor sinal de tensão ou
nervosismo.
Aprendem o que é dependência quando observam como seus pais têm
dificuldades em controlar diversos tipos de comportamentos, como, por exemplo,
comer de modo exagerado.
Aprendem também o que é droga quando ouvem seus pais
dizerem que precisam de três xícaras de café para se manterem acordados, ou
ainda quando precisam fumar um cigarrinho, ou tomar uma dose de uma bebida.
Por
outro lado, quando pessoas não encontram na família, nos amigos e nos parceiros
as respostas para suas necessidades, então recorrem às drogas como alternativa,
sem se aperceberem do preço que terão que pagar por esta atitude.
Por isso é de extrema importância termos lares
estruturados em cima da fraterna convivência, tolerantes e abnegados uns com os
outros, colaborando para que todos possam crescer, principalmente no campo das
emoções, onde se possa aprender a elaborar os sentimentos, pois toda e qualquer
postura que assumimos na vida se prende à maneira de como olhamos o mundo fora e
dentro de nós, podendo nos levar a uma sensação íntima de realização ou de
frustração, de contentamento ou de culpa, de perdão ou de punição, de acordo com
nosso código moral modelado na intimidade de nosso psiquismo.
Talvez você,
querido (a) leitor (a), ao fazer esta leitura, se questione: “Como fica a
questão do livre-arbítrio de a criatura humana buscar formas de prazer de acordo
com seu interesse, gosto e conveniência?”.
Muito simples. Cada um responderá
pelos próprios atos e ações. Somos livres para qualquer empreitada em nossas
vidas, mas, consequentemente, responsáveis pela colheita da
semeadura.
Por isso se faz importante um lar harmonioso e
organizado, dentro do respeito e do amor uns pelos outros.
Afinal de contas,
Jesus pediu-nos simplesmente que nos amássemos uns aos outros.
Somente assim
seremos uma humanidade melhor.
E desta forma haveremos de banir as drogas do
mundo e, em consequência, todo sofrimento ocasionado por ela.
O consolador - Valci Silva