terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O ser humano

“O ser humano é o mais alto e nobre investimento da vida, momento grandioso do processo evolutivo que, para atingir a sua culminância, atravessa diferentes fases que lhe permitem a estruturação psicológica, seu amadurecimento, sua individuação, conforme Jung.” – Joanna de Ângelis.
 
Compare a afirmativa acima de Joanna, destacando o início do parágrafo –

 o ser humano é o mais alto e nobre investimento da vida – com a reportagem contida na revista VEJA, edição de nº 2378, de 18 de junho de 2014, páginas 72 e 73. 

Informa a reportagem: “Na rodoviária do centro de Tucson, no Estado americano do Arizona, cortinas negras cobrem um antigo armazém, separando esse espaço do local onde passageiros aguardam o ônibus. 

Atrás dos panos, mulheres e crianças, todos imigrantes ilegais, recebem doações de roupas, brinquedos e alimentos das mãos de voluntários.

 A uma hora de carro dali, na cidade de Nogales, na fronteira do México, um abrigo do governo aloja 1100 crianças que entraram nos Estados Unidos desacompanhadas. 

A média de idade é de 16 anos e a menor delas tem apenas 3. 

Aqueles que estiveram lá dentro (a imprensa não tem acesso ao lugar) contam que os banheiros são improvisados e que os pequenos não têm roupa limpa. 

O cheiro, dizem, é insuportável. As celas, onde estão acomodados, são frias e não há casacos nem mantas. 

A comida trazida pelos guardas não é suficiente para todos. 

Nos últimos meses, o país recebeu um volume inédito de imigrantes com menos de 18 anos de idade e de mães com bebês, os quais colapsaram o sistema imigratório. 

A patrulha de fronteira apreende entre 200 e 250 crianças e adolescentes por dia ao longo da cerca que separa os Estados Unidos do México”.

Na questão de número 383 de O Livro Dos Espíritos, nos é esclarecido que é exatamente no período da infância que o Espírito reencarnado está mais aberto às impressões necessárias ao seu adiantamento. 

Se perdido esse período, tudo fica mais complicado. 

Daí a lamentável situação dessas crianças e adolescentes descrita na reportagem da referida revista.

Dona Benedita Fernandes, cognominada com justiça como a Dama da caridade, dedicava-se na sua última reencarnação na região noroeste do Estado de São Paulo, aos doentes mentais às crianças desamparadas. 
Na edição de no 2.223 da revista Reformador do corrente ano, página 325, encontra-se estampada uma foto desse Espírito abençoado junto a um grupo de crianças. 

Caso vá apreciar a foto que vale a pena ser vista, repare em um detalhe: 
até um animal, uma cachorra, encontra lugar para receber carinho das mãos da querida Benfeitora.

 É uma característica dos Espíritos evoluídos existir neles espaço para o amor pelos animais, porque quem ama verdadeiramente ao Criador não pode deixar de amar a todas as suas criaturas. 

Confronte essa foto com a estampada na reportagem da revista VEJA e verá registrada a própria foto da presença do amor e da ausência dele.

No livro Sementes de vida eterna, editora LEAL, 1978, capítulos 20 e 21, páginas 85 a 92, encontramos as seguintes colocações: 

“Os altos índices de atual delinquência infantojuvenil, cada dia mais afligentes, atestam o malogro da cultura, diante do problema-desafio, que se converte em látego, vigorosamente aplicado na criatura humana.

 O menor carente, que assume um comportamento antissocial, é a pungente vítima dos desequilíbrios que sacodem as estruturas da comunidade terrestre. 

Todos têm direito, na comunidade humana, ao mínimo que seja, para viver com decência e liberdade. 

Negar tal concessão é conspirar contra a felicidade do próximo e a própria paz, agora ou depois. 

Façamos a nossa parte, por menor que pareça, iniciando esta cruzada de amor, que vem sendo postergada e que, não realizada, levar-nos-á aos roteiros do sofrimento e da soledade, por incúria e insensatez. 

Hoje brilha a luz da famosa oportunidade que se transformará em abençoado sol do amanhã, a fim de que as trevas do mal se afastem, em definitivo, da Terra, havendo claridade de paz, nas mentes e nos corações”.

Dona Benedita Fernandes, que viveu sua última reencarnação de 1883 a 1947, já sabia disso.

Quantos anos ou séculos mais necessitaremos para chegar ao entendimento de que o ser humano é o mais alto e nobre investimento da vida?

Ricardo Orestes Foorni – O Consolador